As janelas estão abertas mirando os transeuntes ausentes,
E as portas escancaradas para os convivas que não chegam.
Paredes brancas testemunham o nada acontecer.
As horas se passam,
Minuto a minuto, o dia acaba,
O riso contido,
A piada não contada,
A boca que se cala,
O abraço não dado
A saudade trancada
O flerte frustrado.
O desconhecimento dos acontecimentos das últimas horas
Que decanta o vinho aberto que ninguém há de beber
O vácuo inerte das taças vazias sobre os quais lábios não repousam.
No canto da sala
Anfitrião de copo na mão
Silêncio reina quase completo
Apenas um toca-discos desafiante
Toca um blues qualquer
E o coração que anseia
O momento que se passa
Na festa que acabou.
No comments:
Post a Comment