Search This Blog

Sunday, January 31, 2010

O Gueto


















Levantaram os muros do gueto.
Tijolo por tijolo, arames farpados,
Rolos e mais rolos que se estendem quilômetros a fio.
Os homens autômatos, vitrines da derrota,
Contemplaram mais um dia
de uma meia-vida,
Crianças choravam copiosamente sobre as tetas secas
de suas mães já mortas.

E a noite caiu no gueto,
Cadeados e correntes no portão principal:
-Ninguém entra nem sai-
O soldado com frio viu um homem que violava o toque
E tirou-lhe o resto de vida que restava.


Tito Ramalho

No comments: