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Sunday, January 31, 2010

A cidade

















Então o dia nasceu assim
Meio sonolento,
Meio morto…
Fadigado.
E as ruas molhadas sob um céu pesado
Acinzentado.
Mas as pessoas azuis ouviam e sentiam-se
Blues.
Tentaram assobiar uma canção qualquer
Porém estavam todos azuis demais
Para serem felizes.
E desta forma, neste dia, ele já nasceu meio assim.
Meio morto
Ocioso.
E os reis estrangeiros não cooperam em nada,
Os pés incham-se e a guerra tende a começar.
Nero não gosta das Romas alheias
Assim, tanto os bárbaros quanto os cidadãos do mundo
Acordam-se nesta manhã:
Fria, molhada, de um céu cinza e pessoas mais cinzas ainda.
Que de tão triste matou a alegria que restara de ontem.
A sombra deste blues ecoa e vai longe,
Entoa, rola, escapole e foge
Separa, ri, chora e faz outros chorarem
Finalmente tomba, mas ergue-se, e quem encontra no caminho
Mata.
Sem dó nem piedade.
Nem o tempo é dona da verdade
Corrompida pelo infinito e as pelas pessoas...
Blues.
Mas e as crianças perdidas?
- elas dormem profundamente-
Não sabem, mas tios e primos
Pais e irmãos, amigos e parentes
Todos estão tristes demais para lhes darem um pouco de atenção.

Até mesmo Deus está entediado.
Da mesma forma estão os anjos assexuados
Eles não ouvem blues nem óperas barrocas
Eles são tristes por natureza...
Por isso também somos tristes,
E o amor morreu feliz, por pura inveja da maldade.

E a chuva continua a cair na cidade
Dos homens azuis
E dos tijolos marrons.

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